Segue
relato enviado pelo nosso colaborador Alexandre Luiz (@xandy01) sobre a reunião no Metrô Rio ocorrida neste último sábado (03/03).
Eu
achei muito interessante o encontro promovido entre o Metrô Rio e seus clientes
que são comuns seguidores nas redes sociais.
Tivemos vários personagens que apresentaram suas áreas, tais como Inteligência
de mercado, Operações, Controle de tráfego (CCT) e Centro de manutenção (CM).
Em
momento algum se esquivaram de responder as perguntas que fizemos. E fizemos
muitas perguntas a ponto de atrasar a programação em 2 horas.
Falaram sobre superlotação, Ar condicionado, Linha minhocão, Novas estações,
relação com os governos, projetos abandonados, a concessão em si, manutenção e
chegada dos novos trens.
Fico
evidente algo que os mais esclarecidos já sabiam. Hoje pagamos pela falta de
interesse de nossos governadores em investir no Metrô como solução para a os
problemas de transporte público.
Abaixo algumas considerações:
·
Superlotação: Em 15 anos do Metrô que transportava 80 milhões de passageiros/ano
passou a transportar 156 milhões de passageiros/ano com as mesmas 24
composições. Nesse período os governos que passaram investiram na construção de
novas estações, mas não investiram no aumento da frota. Pelo contrato de
concessão celebrado as obrigações da empresa Metrô Rio seriam apenas de manter
funcionando o ativo recebido. Não havia permissão para investir em melhorias no
sistema, isso era obrigação do Estado;
·
Ar condicionado: Tivemos uma explicação técnica de que cada vagão tem
potência instalada de 240.000 BTU’s. Como as composições que estão em atividade
não foram planejadas para trafegar na superfície a potência instalada não
consegue refrigerar o ambiente na linha 2;
·
Linha minhocão: Muitos presentes criticaram a linha contínua e
questionaram se o antigo projeto de uma rede de metrô foi abandonado. A
resposta, em resumo, foi de que isso é responsabilidade do Estado. Ao Metrô Rio
foi concedido construir 2 estações, por enquanto, Cidade Nova e Uruguai. Há
interesse da empresa em construir novas estações, mas a palavra final será
sempre do Governador;
·
Novas estações: As obras da estação Uruguai deve ser aberta para
visitação em breve. Curioso que informaram que as estações Carioca 2 e Morro de
São João só precisariam de interesse do Estado para serem concluídas e
colocadas em funcionamento;
·
Relação com os governos: Muito foi dito sobre o desinteresse dos
governadores em investir no metrô como solução para os problemas de transporte
público. Muitas propostas foram apresentadas de novos trajetos, novas estações
e investimentos que não foram aceitas pelos ocupantes do Palácio Laranjeiras. E
como a empresa não tem poder de decisão, apenas acata as decisões dos nossos
governantes;
·
Projetos abandonados: Lote 29: Como dito acima, a estação Carioca 2 só
precisa de interesse do Governo do Estado para ser concluída, além da
construção da estação Praça Vermelha que interessa a empresa Metrô Rio; Estação
Morro de São João: Financeiramente não é interessante; Linha 4: Não se
pronunciam, pois não são, por enquanto, os prováveis administradores desse
trajeto. Lembrou-se que algumas dos projetos de BRT atualmente em construção
eram, na verdade, projeto de metrô;
·
A Concessão: Até então previa exclusivamente a administração e
manutenção dos ativos já existentes deixando para o Estado os investimentos.
Após a prorrogação o Metrô ganhou poder para fazer investimentos, iniciou com a
compra de 114 vagões para a linha 2, a construção de duas novas estações e reformulação
em outras;
·
Manutenção: Durante a visita ao CM foi esclarecido que durante os
horários de pico nenhuma composição fica em manutenção para reduzir o
sofrimento dos clientes. Diariamente é realizada manutenção das vias e de 2
composições durante a madrugada. E foi solicitado que sempre que detectarem
problemas nos vagões e forem twittar reclamando informar o número do carro,
pois assim a ação poderá ser mais rápida;
·
Novos trens: Estão em trânsito da China 06 carros, ou 1 composição, que
tem previsão de terminar todos os testes em Agosto desse ano. Só então as
demais composições serão recebidas. Os bancos seguirão padrão mundial de
posição longitudinal, serão de aço inox e terão capacidade instalada de 320.000
BTU’s, terão Gangway e o que houver de mais moderno em tecnologia para trens;
·
Relação com as empresas de ônibus: Como parceiros comerciais o Metrô Rio
disse que a parte que lhe cabe é monitorar o serviço prestado e cobrar
melhorias, caso as empresas não atendam o Metrô encerra o contrato e a parceira
até que perceba melhorias. Lembraram-nos de que os “donos” das linhas são o
empresário de ônibus e que, por isso, o Metrô Rio não pode trocar os parceiros.
Então, como disso foi muito proveitoso. Outros assuntos foram tratados,
mas acredito que ficaria ainda mais longo. O que foi dito não nos tira a
responsabilidade de continuar a monitorar o serviço que nos é prestado, mas nos
fez entender o processo, além de nos alertar que ou cobramos efetivamente dos
responsáveis a nível governamental (Governador e Secretário de Transportes) ou
vamos continuar sendo tratados como mercadoria de pequeno valor.